Inicial > Reviews > Resenha: Pathfinder#4: Fortress of the Stone Giants

Resenha: Pathfinder#4: Fortress of the Stone Giants

Sistema: OGL 3.5E

Lançamento: Novembro/2007

Campanha: Rise of the Runelords 4 de 6

Editora: Paizo Publishing

Autor: Nicolas Logue

Link: Pathfinder #4: Fortress of the Stone Giants


Mesmo contando com combates lendários pela sua dificuldade, a primeira metade de Rise of the Runelords havia sido bem experimental, com bastante cenas de investigação e mistério, coletando história de uma estranha civilização do passado longinquo e uma trama que nem sempre deixava claro para onde ir em seguida. Talvez, por ainda não ter confiança que o publico embarcaria em tantas modificações na formula básica das aventuras, Fortress of the Stone Giants é uma masmorra como nos velhos saudosos tempos, prepare-se para muitos combates, corredores e salas com inimigos. Assumidamente feita em homenagem a série de aventuras da velha guarda Against the Giants, FotSG não perde o estilo paizoniano de preencher os livros com cenas cinematográficas, revelações surpreendentes e inimigos criativos.

Fortress of the Stone Giants (Spoilers): A aventura é feita para o 10º nível. De todas as aventuras de RotR, FotSG é a que funciona melhor isoladamente justamente por ser uma trama mais direta e sem rodeios, é só podar algumas falas de NPCs que pode-se usar exatamente como está escrita (embora a aventura comece em Sandpoint, você pode inserir qualquer cidade da sua preferencia sem problema algum). As ilustrações estão todas ótimas e praticamente todas as cenas importante estão muito bem representadas (palmas para a ilustração do Headless Lord que é de cair o queixo). Os combates estão bem nivelados para um grupo equilibrado (pelo menos mais do que as anteriores) e um grupo interpretativo tem espaço para intriga e estratégia (mas não muito).

Part 1: Stones over Sandpoint – Novamente há um certo problema na transição do fim da aventura anterior para o começo desta, mas pelo menos tem um suporte bem melhor e sugerindo várias opções de como se lidar com o envolvimento dos personagens dependendo das tramas que o mestre escolheu inserir na sua campanha. O começo da aventura é épico quando o pequeno vilarejo de Sandpoint é atacado por um exercito de gigantes e um dragão. É uma cena de guerra roteirizada com vários acontecimentos e pequenas vitórias ou derrotas para os jogadores. Se o mestre tiver feito seu trabalho de casa, os personagens já terão um elo sentimental com Sandpoint e sua destruição iminente vai faze-los realmente se empenharem em sua defesa.


Part 2: Jorney to Jorgenfist – É a menor parte da aventura e também é o momento de mostrar aos personagens que a Varisia que eles tem conhecido desdo começo da campanha está em perigo. Fora isso é só uma sugestão de cenas opcionais, mas vale a pena para criar o clima para o resto da história (eu nem coloquei os combates sugeridos, mas eu abri a torneira do drama e pintei o quadro de guerra mais doloroso que eu pude imaginar, com desabrigados e ruínas repletas de cadáveres).

Part 3: Into the Valley of the Black Tower – De uma certa maneira, poderia-se dizer que as partes 3, 4 e 5 são “andares” da dungeon, mas a Paizo foi feliz na roupagem do módulo e a sensação não é essa, já que cada parte tem um clima bem diferente uma da outra. O foco desta parte é estratégia, os jogadores tem de decidir como eles querem lidar com os gigantes e os vários caminhos que ele podem tomar para alcançar o seu objetivo (invadir, esgueirar, diplomacia, magica). A aventura ganha muitos pontos por colocar um monge sem pernas que pode “chutar” muitas bundas (hehehehe, fiquei muito decepcionado que meu grupo tenha contornado o cidadão e ele não o enfrentaram).

Part 4: Under Jorgenfist – Aqui é o andar principal do calabouço propriamente dito, há várias maneiras de entrar mas uma vez dentro terão de lutar todo seu caminho até o “chefão malvadão”. Embora eles não tenham colocado nenhum monstro que não faria sentido estar ali (com exceção de uma sala pequena demais para os monstros dentro dela, o que gerou uma discussão no fórum se eles estariam jogando Twister), a escolha de alguns elementos claramente relembra a completa aleatoriedade das antigas dungeons (entre outras coisas existe um bar para gigantes, uma kobolda barbara de alto nível e dragões acorrentados).

Part 5: The Ancient Library – E surpresa ! Não é que colocaram uma dungeon lovecraftiana escondida no final ? Geometria não euclidiana ? Tem. Biblioteca ancestral com segredos milenares ? Tem. Monstros de dimensões além da sanidade ? Também tem. Como não amar essa parte ? (Pena que tem um mar de gigantes para matar até chegar aqui). Só é estranho a dungeon não euclidiana ser um caminho reto (talvez eles tenham lido muito 8-bit theater). Outra coisa que começa a ficar estranho até para os jogadores é o fetiche dos “chefes” de dungeons de manter diários e anotações de seus planos. Pelo menos aqui eles variam um pouco a mídia.

Born of Stone: Lembram-se dos artigos Ecology of … na finada Dragon Magazine ? Aqui temos um enorme artigo sobre os gigantes de pedra, com costumes, religião, anatomia, mitos raciais (a paizo adora mitos, nada é uma verdade absoluta). Normalmente os gigantes de pedra são os mais desprezados, porem esse texto criar muita profundidade para sua cultura, ainda dá varias ideias para aventuras envolvendo-os ou suas ruínas.

Dragons of Golarion: Meu artigo preferido até hoje (e não é porque é sobre dragões já que Bahamut não existe no cenário). A história da raça dracônica em Golarion é muito legal (e tem todo um climão mitológico que lembra um pouco a história dos deuses de Dragonlance), é impressionante como a Paizo não tem medo de contar a história toda (mesmo ela podendo ser apenas uma lenda, e tecnicamente é que mais tarde eles mudam muita coisa no Dragons Revisited. O resto do texto fala os detalhes ecológicos (finalmente descobri o que acontece se um dragão vermelho cruzar com uma dragoa branca, nem é vapor nem é um dragão rosa), psicológicos e políticos dos dragões (eles se dividem em clã semelhantes as organizações de Storytelling, com direito a sectos filosóficos).

Pathfinder’s Journal – Fool´s Gold: Desta vez as andanças de Eando o levam a cidade-estado de Korvosa, a história dá uma enrolada e não é tão suplementar quanto a anterior (embora justifique-se porque a AP após Rise of the Runelords se passaria totalmente lá).

Bestiary: Criaturas Cthulhescas, e uma mistura de novos monstros fazem desse a melhor seleção.


  • Deathweb: Aranha morta-viva gargantuanica, sua aparição na aventura gerou uma sequencia sobre piada sobre monstros maiores que as salas que eles estão (depois teve errata).
  • Redcap: Um tipo de monstro que a Paizo adora são as fadas. Aqui o redcap é bem diferente do de Changeling e para o CR deles, eles são bem fortinhos.
  • Hound of Tindalos: Meu monstro preferido da edição. Excelente controlador de campo de batalha, poderes assustadores e ainda por cima é famoso na literatura.
  • Taiga Giant: É equivalente do neanderthal para os gigantes de Golarion. Tem alguns poderes xamanísticos.
  • Scanderig (Forgefiend): Monstro destruidor de itens e capacidade de movimentação muito boa. Tática de guerrilha numa dungeon ? Porque não ?
  • Shinning Child of Thassilon: Outra criatura baseada na mitologia de Cthulhu, e também um dos poucos monstros de energia positiva maligno.
  • The Runeslave: Um template usado na aventura sobre gigantes que são escravizados por magia.

Draconclusão: Apesar de ser uma excelente aventura de dungeon, eu achei um pouco inferior as outras. Talvez seja apenas meu gosto pessoal, mas eu entendo a necessidade de ter aventuras assim. De qualquer forma, achei muito divertida de jogar e com certeza vai satisfazer os fãs de aventuras mais voltadas para exploração de masmorras e combate. Os artigos são muitos mais uteis para quem não joga em Golarion, mesmo que seja apenas com ideias (e o material deles até hoje não foi repetido, sendo a única fonte de histórico pesado sobre os gigantes e dragões). Adicionando aos monstros (estes foram recentemente atualizados para o Pathfinder RPG no Bestiary 2) tornam esse volume bastante recomendado para se ter na estante.

Notas:

  • Diversão: 8
  • Aproveitamento: 9,5
  • Arte: 9,5
  • Sistema: 9
  • Background: 8,5
  • Média Final: 8,9
Categorias:Reviews Tags:, ,
  1. Nenhum comentário ainda.
  1. junho 19, 2014 às 2:11 am

Deixe um comentário