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Resenha –Pathfinder #14—Second Darkness Chapter 2: “Children of the Void” (OGL)

Uma das coisas que mias me empolga na Paizo é o fato deles não terem medo de colocarem os elementos que eles gostariam de jogar em suas aventuras e cenários. Muitos editores tem paixão pelo mythos de Cthulu e vários elementos criados por Lovecraft são parte inerente ao mundo e volta e meia estão presentes nas aventuras. Outro dos gêneros que eles gostam é o de ficção cientifica junto com espada e planeta, muita gente pode torcer o nariz mas não pode dizer que é algo que já não é presente desde o principio do D&D. Children of the Void é uma grande homenagem a todos esses momentos onde o gênero fantasia se relacionou com a ficção cientifica e aproveitando se tornou uma das maiores fontes de referencia desse elementos presentes no cenário de Golarion (como os elfos que podem ter vindo de outro planeta, os metais celestes como a adamantite que chegaram ao planeta em meteoros e etc..) .

Children of the Void por Mike McArtor (spoiler)– {Aventura para 4º nível} No final da aventura passa, um meteoro se chocou a uma ilha próxima a costa de Riddleport causando grande destruição. Os metais celestes são grande fonte de riqueza e uma corrida para a fortuna se iniciou entre as facções criminosas de porto enigma e os aventureiros acabam participando dela, mas parece que metal não foi a única coisa que caiu do céu. Children of the Void é uma aventura muito superior a sua antecessora, estabelece objetivos claros, tem NPCs com diversas interações interessante e possibilidades divertidas, possui mistérios e exploração e cenas de alta aventura que serão lembradas para sempre pelos jogadores e de quebra ainda se encaixa muito bem no plot geral de Second Darkness, mas não quer dizer não possua falhas. Ela possui uma cena que claramente é um TPK se o mestre jogar como esta escrito (embora ela mesma avise para o mestre prezar pela “massa veio” em vez de rolar todos os danos que ele deveria rolar) e o fim dela não é muito obvio de acordo com as pistas apresentadas (de um modo geral Second Darkness não é recomendada para personagens que acreditam que todos os problemas se resolvem com a espada).

A arte está muito bem feita, com peças que ilustram muito bem as situações da aventura, embora o artista tenha cometido um pequeno errinho no design dos oponentes e de ter transformado Amiri (a barbara icónica) num baita travecão na página 36.

Part one: The Great Skymetal Rush – Outro dos problemas da aventura é que perdeu-se muito tempo tentando amarrar o plot da primeira aventura com o dessa. É como se realmente a aventura desse uma guinada e coisas que eram muito importante derrepente não servem mais para nada. De qualquer forma, eles fizeram o melhor trabalho possível e o mestre pode preencher as lacunas com os elementos únicos que ele criou no seu jogo. A função dessa parte quase é um adeus a Riddleport e suas tramas não aproveitadas.

Part two: Devil´s Elbow – E começa o filme de terror, adorei o climão de “o quê diabos está acontecendo?”. Definitivamente o nome da ilha fica muito melhor em português: O cotovelo do diabo. Essa parte dá um panorama geral da exploração da ilha, mas não faz referencia alguma as sementes de história que acontecem em lugares específicos nas outras partes, portanto é recomendável ter realmente lido a aventura toda e fazer uma anotações do quê leva a o quê. Se você é fã de Lost, se sinta a vontade de colocar pelo menos alguma referencia para deixar a mente dos jogadores ainda mais perturbada.

Part three: Witchlight – Gostei muito dessa parte, pois há grande possibilidades de drama e o final é realmente inesperado (para não dizer exagerado e irresponsavelmente mortal), apesar de estar bem resumido, é realmente muito fácil ter mil idéias para ampliar essa parte e faze-la durar mais tempo (mas não muito mais tempo pois a tensão é bem alta e os jogadores normalmente não estão acostumados). Um dos grandes momentos das aventuras da Paizo seguramente.

Part four: Zincher´s Camp – Apesar de descrever uma localidade, essa parte também fornece uma forma alternativa de se lidar com elementos da ilha de uma maneira mais tradicional. Por outro lado também oferece boas ideias de NPCs concorrente mas que tem de ser tolerados por uma questão de sobrevivência (novamente, fãs de Lost terão facilidade de estabelecer esse tipo de coisa).

Part five: Architects of Ruin – Quando os jogadores já estiverem cansados de se divertir nas outras partes, você pode ligar o evento final da aventura onde retorna-se a uma masmorra tradicional e o velho esquema do vilão por trás de tudo escondido atrás da cortina. As cavernas no caso são tão compactadas que realmente não imagino que ela não se transforme apenas num grande combate complexo pelos corredores. Depois de um meio tão espetacular, o final é meio decepcionante, mas abre caminho para o quê acontece na aventura seguinte.

Into the Black por James L. Sutter – O espaço, a fronteira final, o vazio entre as estrelas. Perguntas e questionamentos que sempre fascinaram a humanidade geraram diversas lendas que buscavam explicar os fenômenos celestes. Este artigo é um atalho para explicações um pouco mais claras, mas que mesmo assim não respondem tudo. O sistema solar (isso mesmo, Golarion órbita uma estrela que não só é uma irmã gêmea do nosso Sol, como também tem o mesmo nome) onde fica Golarion é descrito e seus 11 planetas, uma visão geral de como o espaço sideral funciona e o que mais pode estar vindo por ai para incomodar os aventureiros a qualquer momento e maneiras de se explorar o espaço. As descrições são vagas, mas dão uma vaga idéia do quê existe em cada planeta e o que existe fora do sistema solar (a nossa Terra está lá em algum lugar por exemplo, mas tão distante que o contato é impossível).

A coisa toda não é imposta, usa quem quiser e quem gostar. Solvyrian que é a terra natal dos elfos e que implicitamente ficaria em outro planeta não é descrita em lugar nenhum e mestres que não queiram colocar esse tipo de elementos podem dizer que fica em outro plano. De qualquer forma a coisa toda é bem com a qualidade Paizo e com bom gosto, portanto vale a pena dar uma chance.

Cayden Cailean por Sean K. Reynolds – Cayden é o deus mais improvável de todos. Se tornou um deus quase que por acidente e é o patrono da sorte e da bebida. Este artigo é fantástico em desenvolver uma religião em cima dessa proposta e muito feliz em criar uma coisa que certamente se tornará um dos deuses favoritos para se ter clérigos bem diferentes. Também é apresentada uma nova magia chamada Drunkard´s Breath que é um bafo de cachaça que funciona como Stinking Cloud. E a classe de prestigio Chevalier que basicamente é um paladino Caótico Bom. Amantes da liberdade e de uma boa bebida, seu deus está aqui.

Set Piece: Teeth of Araska por Ryan Z. Nock – Com a ideia de ser uma aventura mais genérica e menor, as set pieces podem ser usadas em conjunto com a aventura da edição e sozinhas ao mesmo tempo. Teeth of Araska é basicamente um navio pirata com diversos ganchos de como pode atravessar o caminho dos personagens. Ele é descrito de forma que ele está sendo invadido, então caso o mestre queira que os personagens sejam aliados dos piratas, vai ter de criar suas próprias orientações. Basicamente é um conjunto de fichas de NPCs e a descrição de um navio.

Pathfinder´s Journal: Darkness Before the Fall por Amber Scott – As aventuras de Eando pelas “terras escuras” do submundo de Golarion continuam. O conto deste numero está formidável para descrever a sensação de opressão que é se aventurar por cavernas eternamente escuras, muito abaixo da superfície, e encontrado criaturas desconhecidas e ainda sim superando as dificuldades. Muito bom.

Bestiary por Ashavan Doyon, Mike McArtor, Rob McCreary, e Erik Mona – O bestiário desse número é quase parte integrante da aventura por quê os encontros aleatórios são muito necessários para exprimir o clima de tensão e exploração do desconhecido. Sendo assim eles são um pouco mais elaborados e vinculados a aventura em si e não servem muito para outros ambientes.

  • Akata (CR 1): O astro principal da aventura, a ideia deste aberração é muito boa já que ele copia a série Alien ao transformar um ciclo de vida numa ameaça. Agora é difícil ser usado em qualquer lugar.
  • Moonflower (CR 8): Feito para os fãs de ficção cientifica, baseada na planta de invasores de corpos e em todas as plantas carnívoras monstruosas. Realmente assustadora.
  • Siren (CR 5):  Uma alternativa bastante diferente para o mito da sereia. Traduzindo bem as habilidades para um ambiente d20.
  • Thais (CR 15): A arauto de Cayden Cailean para ser convocada por seus clérigos. Combina bem com o espirito da divindade, mas mestres mais pudicos certamente vão torcer o nariz com a história dela.
  • Witchwyrd (CR 6): Para completar o tema da edição, uma raça inteligente de alien otimizada para cenários de fantasia. Dosagem perfeita entre o estranho e exótico, tanto por ser um comerciante quanto um explorador. Claramente ocupado o mesmo nicho do Mercane do AD&D.

Draconclusão: Para mim é a grande jóia de Second Darkness. A aventura é muito boa. Os artigos são ótimos e falam sobre facetas do cenário que não aparecem em nenhum outro lugar. O artigo sobre o deus é sobre um dos meus deuses favorito do cenário. Até o conto serve para ilustrar bem o mundo subterrâneo de Golarion. Realmente vale a pena para qualquer fã comprar, mesmo que jogue apenas Pathfinder RPG como uma dás mais clássicas das edições. E aqueles que não gostam de elementos de ficção cientifica na fantasia, dêem uma chance, esses elementos fizeram tanto sucesso que ganharão um livro próprio em 2012 chamado Distant Worlds e muitos fãs querem até um cenário próprio.

Pathfinder #14—Second Darkness Chapter 2:
Notas: Diversão: 9,5 Aproveitamento: 8,5 Arte: 8,0 Sistema: 8,0 Background: 9,0 Nota Final: 8,6

Editora: Paizo Publishing

Arte: (capa) Steve Prescott, (interior) Concept Art House, Andrew Hou,Ben Wootten, Kevin Yan, lker Serdar Yildiz

Cartógrafo: Rob Lazzaretti

Sistema: OGL 3.5E

Lançamento: Setembro/2008

Descrição: 96 páginas capa mole

Link para o livro

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  1. setembro 11, 2011 às 12:40 pm

    Ta. Deu vontade de jogar.
    Mas eu ainda n gosto dos elfos de Golarion. Por isso os Varizianos me encantam tanto.
    Será que algum ia vão por a SRD em português?

  2. setembro 11, 2011 às 1:19 pm

    Os elfos de Golarion tem seu mérito, o caso é que Golarion foca mesmo os humanos.
    Quanto ao SRD em português, as coisas estão indo devagar mas estão indo:
    http://www.ogranderpg.com.br/

  3. setembro 12, 2011 às 3:44 pm

    Salve Bahamut

    coloquei la nos comentarios da nossa resenha um link pra cá, assim os fãs podem complementar a leitura acompanhando os dois blogs!

    abrax
    Caco
    http://eugostodejogar.wordpress.com

    • setembro 12, 2011 às 8:19 pm

      Muito obrigado. Coloquei o link de vocês nos links de recomendações do blog. Sucesso e viva o Pathfinder RPG !

  4. outubro 13, 2011 às 7:33 pm

    Não sabia que existia algo assim para Pathfinder. Me empolguei, gosto de crossover entre elementos de sci-fi e de fantasia clássica. Muito bom, e agora terá um suplemento próprio, palmas para Paizo.

    • outubro 13, 2011 às 7:44 pm

      Pois é, a Paizo conhece bem a freguesia dela. Agora que eu peguei a Netflix, assisti uma séries de documentários chamada Os Planetas e entrei numa vibe exploração espacial intensa.

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