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Resenha –Pathfinder #13—Second Darkness Chapter 1: “Shadow in the Sky” (OGL)

 

Durante a fase de planejamento da Second Darkness, a Paizo ainda não sabia se ia aderir ou não a quarta edição. Essa incerteza junto com a adição das Set Pieces (falo sobre isso mais a frente) e a confecção do próprio Pathfinder RPG devem ter diluindo os recursos da editora que acabou não conseguindo aparar as arestas soltas desta que prometia ser a mais cinematográfica das adventures paths. Mas mesmo com tantos problemas,  grandes adições foram criadas nas paginas desta campanha, como um aprofundamento maior dos elfos, as darklands (o mundo subterrâneo), o universo em volta de Golarion, e muitas outras pequenas coisas.

Shadow in the Sky por Greg A. Vaughan (spoiler)– {Aventura para 1º ao 3º nível} Uma misteriosa mancha negra aparece nos céus de Riddleport ao mesmo tempo que estranhos fenômenos começam a acontecer ao redor do antigo porto de piratas. Cabe a um novo grupo de heróis unidos pela sorte de descobrir o quê de fato está acontecendo. Como aventura Shadow in the Sky é desencontrada e incompleta, chegando a parecer que ela só é uma parte de uma aventura maior. Talvez a intenção fosse fazer uma aventura sandbox (onde ao invés de ter uma trama linear, existem elementos com os quais os personagens criam suas próprias tramas) ou o autor esperasse que a aventura set piece se encaixasse de outra forma na aventura principal, mas não gostei do resultado final. Contudo isso não quer dizer que como inspiração a aventura não seja boa, apenas esteja preparado para ter que criar alguma coisa muito mais do que qualquer aventura anterior das adventures paths. Um grande ponto positivo da trama é a sensação dos jogadores de que eles são os donos da situação e de estarem construindo algo, as ideias sobre o cassino são muito boas e de um modo geral foi uma ótima história de mafia na fantasia medieval.

A dificuldade mesmo sendo alta para um grupo não otimizado para combate, está muito bem dosada e fácil de controlar. Apesar dos problemas de objetividade (de deixar os personagens muito soltos sem um objetivo claro no começo), ela fornece bastante embasamento para criar elementos que corrijam isso (algo que deveria ser a utilidade maior do set piece, porem a trama do mesmo acaba não funcionando bem para esse objetivo). Porem outro ponto alto da aventura são os NPCs muito interessantes e muito bem caracterizados (o que facilita a importação dos mesmos para outras campanhas), a ilustrações estão todas ótimas (apesar de Wayne Reynolds ter sido creditado pela capa e deixar saudades, as ilustrações de Second Darkness foram feitas por Steve Prescott).

Part one: Cheat the Devil, Take his Gold – Basicamente é a apresentação inicial do cenário, e uma sequencia de eventos feita para colocar os personagens na trilha da aventura. Mesmo existindo muito que é possível dar errado neste começo, pelo menos é fornecido suporte suficiente para colocar a história nos trilhos novamente. A maneira como a aventura lida é bastante interessante e pode dar muitas ideias para mestres conduzirem cenas cinematográficas mesmo em níveis baixíssimos.

Part two: On the Job – Esta é a parte que concentra tudo de errado que existe em ShitS (adoro essa abreviação), a aventura se foca no pano de fundo e deixa o foco principal a cargo do mestre sem um objetivo claro para os personagens perseguirem a curto prazo, algo que quase impossibilita a aventura de ser jogada como esta escrita. As regras de conduzir seu próprio negócio são boas, e os eventos são interessantes, mas faz sentido (principalmente levando-se em conta a maioria dos campaing traits que os personagens acabaram de escolher) que os personagens abandonem a investigação que eles deveriam estar fazendo para se dedicar a isso quando não existe meios de se avançar na mesma. Por isso conclui-se que realmente a aventura foi lançada as pressas, o que é uma pena pois esse detalhe fez a diferença dela se tornar uma aventura tão marcante quanto todas as aventuras iniciais foram.

Devo reconhecer no entanto que se o mestre conseguir remendar esse buraco na aventura, os eventos na sequencia são emocionantes e cheio de camadas e reviravoltas (podendo até serem continuados por um mestre que não queira seguir com as outras aventuras Second Darkness e crie sua própria campanha).

Part three: Hidden Enemies and Unexpected Allies – Aqui a aventura retoma o ritmo, mesmo que a história tome alguns pressupostos sobre as ações dos jogadores, ela deixa bem claro que os personagens podem tomar outras decisões e explica como ambos os eventos podem levar ao mesmo final. Existe uma luta bem dificil aqui, principalmente para grupos que se acham imortais.  Novamente aqui o mestre vai ter de ter jogo de cintura e estudar bastante a cidade e saber modificar a aventura para os gosto dos seus jogadores. Há um grande potencial para uma grande trama politica ou apenas uma luta em larga escala.

Part four: Under the Gold Goblin – A aventura se conclui com uma dungeon mais tradicional que funciona seja lá for como todo o resto da aventura se resolva (de certo modo dá até para nem usar essa parte se voce realmente preferir politica). Fora alguns easter eggs que a Paizo adora esconder nas suas dungeons, ela parece só servir para alimentar os personagens com XP. O final poderia ser surpreendente se não fosse o spoiler mais obvio para qualquer um que olhe a capa da aventura (ou que o mestre tenha dito o nome da campanha ou qualquer coisa relacionada), existem drows na parada (claro que a revelação nunca chegaria aos pés da aparição de Eclavdra no final de Against the giants, mas algum mestre pode tentar).

Riddleport: City of Cyphers por Greg A. Vaughan – Uma rápida descrição (e bem rápida já que depois de ShitS, os PCs só voltam a Riddleport fora de cena) da terceira maior cidade-estado de Varisia. A descrição é essencial a aventura já que os personagens vão ter bastante tempo para explorar a cidade se quiserem (e possivelmente não terão algo melhor o que fazer), mas por ser uma cidade bem corrupta(originalmente era um porto de piratas que acabou se tornando um porto comercial legitimo mas ainda com raízes criminosas, por causa de enormas ruínas Thassiolonianas uma organização de magos chamados Cyphermages acabou se formando na cidade e tornando-a numa complexa rede de intrigas) acaba sendo mais interessante que cidades boazinhas e sem sal que vemos nos cenários de D&D. Contudo, não espere grande aprofundamento.

The Gold Goblin por Mike Selinker,E. Jordan Bojar, Gwen Page, e Greg A. Vaughan – Gold Goblin é um cassino que faz parte da aventura, e que é totalmente descrito num artigo a parte (apesar de ser parte ativa da aventura em vários momentos) e pode ser utilizado separadamente da campanha. São descritos os jogos existente no cassino e os sistemas caso algum jogador queira tentar a sorte (pessoalmente eu acho que demanda muito tempo de grupos que tenham pouco tempo de jogo, mas podem ser muito divertidos para jogadores que gostem de jogos de azar).

Set Piece: St. Caspieran´s Salvation por Tim Hitchcock – A ideia original das Set Pieces seria teoricamente para agradar pessoas que comprem os numeros do Pathfinder Adventure Path (que de certa forma poderia ser encarado como uma revista de RPG), mas realmente não tenha interesse em mestrar a campanha em si e queira apenas aventuras pequenas que possa inserir na sua campanha tradicional. Ao mesmo tempo elas poderiam servir ao mestre que está mestrando a campanha da vez como side quests caso o grupo acabe saindo dos trilhos e o mestre queira ganhar tempo enquanto não pensa numa solução. Até que não seria uma ideia ruim, se a logistica não tivesse atrapalhado.

Para começar, os autores da aventura e da set piece são diferentes e como escrevem ao mesmo tempo, não tem de saber o que o outro está fazendo. O tempo que os editores pensaram em ganhar com essa manobra, acabam perdendo tendo de achar uma maneira de ambas as aventuras se encaixarem (muitas vezes elas são necessárias para se alcançar o XP necessário para a próxima aventura, para muitos isso pode parecer supérfluo mas muitos grupos são bem rígidos quanto a isso). E segundo, o tamanho delas é tão pequeno que realmente ficou difícil desenvolver alguma coisa na qualidade que os fãs da Paizo estão acostumados, ficando aventuras bem genéricas. As set pieces contionuam até o final de Legacy of Fire quando são canceladas e o espaço é reincorporado nas aventuras principais a partir de Concil f Thieves.

Nesta edição especificamente, a set piece descrever um abrigo para mendigos que foi infiltrado por uma gangue de ladrões. Ele possuí ganchos para ShitS e maneiras como possa ser encaixado em qualquer cidade grande a conveniência do mestre.

Pathfinder´s Journal: Fear in a Handful of Rust por Jay Thompson – O pathfinder Eando começa sua jornada pelas Darklands enfrentando o monstro mais temido pelos aventureiros, o rust monster. E ele não está sozinho. A mudança de autor deu vida nova aos contos, Eando que era muito reclamão nos primeiros 12 contos, agora parece mais aventuresco, algo que achei bem positivo.

Bestiary por Greg A. Vaughan – As sugestões de encontros aleatórios cobrem as ruas de Riddleport e focam em bastante encontros interpretativos com ladrões, golpistas e até prostitutas, dando indicações de como conduzir essas cenas. Os monstros novos são mais incômodos e pestes do que realmente antagonistas de respeito, mas propõem alguns desafios interessantes (particularmente como eu sou entomofóbico e a presença da barata monstruosa me deu uma boa ideia para um ranger com inimigo favorecido insetos).

  • Darklands Sentinel (CR 2): Uma fera armadilha do subterrâneo, a ideia é boa e os poderes interessantes. Seria um bom exemplo de biotecnologia illithid se eles existissem em Golarion.
  • Fungal Crawler (CR 3): Uma aberração que é um cruzamento de inseto e planta (se fosse um pokemon seria um combo e tanto). Amedrontador em grandes números.
  • Monstrous Cockroach (CR 1/2-2):  O baratão também vem na variação de enxame de baratas devoradoras de carne (meu pior pesadelo). Apesar disso, é o meu favorito.
  • Swamp Barracuda (CR 2): Apesar de ocupar o mesmo nicho do crocodilo, novos animais sempre são bem vindos. Boa relação com a máfia.

Draconclusão: Devo admitir que eu esperava menos de Shadow in the Sky, a aventura e seus artigos relacionados são muitos bons e tem ótimas ideias. Apenas faltou um pouco mais de edição para faze-los funcionar melhor juntos, o que acaba tornando-a uma aventura inicial mais fraca que suas antecessoras. Contudo, bons mestres que não tenham problemas em alterar ou criar material original podem torna-la uma aventura excepcional pois seu nível de intriga e dramaticidade é muito alto. O que é uma pena, porque até agora essa é a aventura mais adequada a anti-heróis ou heróis pouco ortodoxos (até que Skull and Shackles seja lançada no começo de 2012).


Notas: Diversão: 7,0 Aproveitamento: 6,0 Arte: 8,5 Sistema: 8,0 Background: 8,0 Nota Final: 7,6

Editora: Paizo Publishing

Sistema: OGL 3.5E

Lançamento: Agosto/2008

Descrição: 96 páginas capa mole

Link para o livro

 

 

 

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  1. setembro 4, 2011 às 11:55 pm

    Oi Dracobahamut

    Gostei muito da sua resenha. Fiquei com muita vontade de narrar essa aventura esplendida, que eu não conhecia. Quando o cara manja, é outra história.

    Um grande abraço

    Guido

    • setembro 5, 2011 às 8:07 pm

      Muito obrigado pelo elogio 😛 Divulgar a excelente fase que a Paizo publica seu material é o minimo que eu posso fazer. Tenho certeza de que essas aventuras se tornarão clássico memoráveis no futuro. E incrivelmente eles conseguem melhorar a cada aventura.

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