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Resenha – Pathfinder #12—Curse of the Crimson Throne Chapter 6: “Crown of Fangs”

Esta edição do Pathfinder Adventure Path marca o fim do primeiro ano da carreira solo da Paizo. De apenas a editora que publicava a Dragon e a Dungeon Magazine, ela havia criado seu cenário próprio e lançado uma linha de aventuras e agora uma linha de livros de campanha. Com o sucesso de Rise of the Runelords e Curse of the Crimson Throne a estrada estava pavimentada para desafios ainda maiores que marcariam o segundo ano do Pathfinder que foi a construção do Pathfinder RPG após a decisão de não adotar a quarta edição do D&D. O Pathfinder RPG nada mais seria do que uma versão do D&D 3.5E que buscasse corrigir alguns desequilíbrios do sistema, mas sem perder a compatibilidade com os produtos já lançados (já que a Paizo não tinha o luxo de poder se arriscar mais do que já estava se arriscando). Muitas outras mudanças começaram a surgir a partir daqui, já testando caminho para esse novo sistema (mas isso é assunto para próximas resenhas), e Crown of Fangs contribuiu dando uma fechamento digno a campanha que é considerada uma das melhores da série Adventure Path (e a melhor na opinião deste dragão).

Crown of Fangs por Tito Leati (spoiler)– {Aventura para 14º ao 16º nível} No final épico, os aventureiros finalmente tem todo conhecimento e meios para derrotar o mal que está por trás de todas as tragédias que ocorreram na cidade de Korvosa até então, com a ajuda daqueles cujas vidas eles tocaram a batalha derradeira começa. Apesar de ser uma das aventuras para níveis mais altos, CoF não é demasiado complexa ou pouco detalhada. Ela consegue voltar ao clima das três primeiras aventuras de CoCT de maneira exemplar, sem perder o pique épico das duas ultimas aventuras. Há muitas maneiras de se lidar com CoF e embora o autor se esforce em dar muitas opções, não existe como mestrar essa aventura direto do livro, é preciso adequar bastante (e nesse aspecto o livro Guide to Korvosa é bastante recomendado). Porem, as idéias que estão na aventura são muito boas e servem para mesmo o mais sem tempo dos narradores conduzir satisfatoriamente o final. Assim como Skeletons of Scarwall, CoF tem desafios bem difíceis e lutas bastantes complexas, e a seqüência final é meio descompassada (enquanto pode ser muito difícil para alguns grupos, é bem fácil para outros, nada que ajustes e sintonia fina não resolvam). Novamente uma série de decisões bem difíceis para os jogadores e complexos encontros com oportunidades de interpretação são fornecidos (não tanto quanto os de A History of Ashes, mas que com certeza podem levar sessões inteiras para serem resolvidos se os jogadores se interessarem por eles. A arte está fantástica e não tem nenhum ilustração que não está perfeita para os foco dramático das cenas que ilustram (embora eu quisesse uma ilustração de pagina inteira da capa que é muito boa e não existe em lugar nenhum).

Part one: Return to Korvosa – Uma série de elementos e conseqüências sobre o retorno do grupo a Korvosa, é explicado o destino de inúmeros NPCs que podem ter feito amizade com o grupo, assim como a possível ação de seus inimigos. O encontro com Triffacia é uma idéia genial e deve ser muito divertida. Essa é a parte que deve ser bem ampliada e adequada ao grupo, pois senão fica um pouco vazio esse retorno e as ações que levam as partes finais da aventura. Uma coisa estranha é que aventura parece assumir que os personagens passaram alguns meses fora, enquanto é bastante plausível eles resolverem tudo em alguns dias.

Part two: Assault on Castle Korvosa– Mais um enorme castelo multi-pavimentado para ser explorado nesta campanha. Infelizmente depois de Scarwall o castelo Korvosa deixa um pouco a desejar (embora ele tenha mais salas) devido ao seu design meio quadradão. Muitos encontros épicos e surpreendentes e cenas de arrancar lágrimas. Há um grande potencial de TPK caso o grupo consiga atrair todos os defensores do castelo ao mesmo tempo e convém uma dose de diplomacia para desarmar qualquer excesso de confiança por ter sobrevivido ao massacre que foi a aventura anterior.

Part three: Legacy of Blood– A grande surpresa da aventura e que os jogadores nunca verão chegando. Alguns encontros repetitivos, mas os acontecimentos ultra épicos conseguem se equiparar ao final ultra explosivo de Rise of the Runelords. Jogadores mais perceptivos notarão algumas pontas soltas que permitem ao mestre continuar a campanha até níveis épicos ou parar por aqui mesmo. Mas não basta frisar bem, a luta final precisa ser ajustada para o grupo que está jogando. De todas as partes da aventura, essa é a única que não teria muito a acrescentar sendo usada fora de Curse of the Crimson Throne (mas as cenas cinematográficas com certeza darão ótimas idéias).

Relics of Kazavon por J. D. Wiker – O artigo detalha os outros artefatos malignos  ligados a lenda de Kazavon. Não só servem de boas idéias de como continuar CoCT, como podem ser facilmente aproveitadas como plots em várias campanhas. Os artefatos em si são um pouco caidos por terem pouquíssimos poderes originais, sendo mais uma coleção de magias e efeitos num item só. Mestres que gostem de artefatos poderosos porem ultra malignos vão adorar.
Harrow Deck of Many Things por Equipe do Pathfinder– Mais uma cereja do bolo, uma versão do Deck of Many Things usando as cartas do Harrow (gradeado). Idéias bastante interessantes de se usar com esse artefatos bagunçador de campanhas, mas eles não pegam leve, várias cartas podem destruir grupos devido aos seus efeitos cósmicos e fenomenais. Pessoalmente no entanto é bem melhor que o baralho tradicional e combina bem com o cenário de Golarion.
Pathfinder´s Journal: Pink like me por James L. Sutter – Uma visita a capital do reino Orc de Belkzen, Urgir, sob o ponto de vista do Pathfinder Eando Kline. Urgir foi uma das Sky-cidatels dos anões quando eles atingiram a superficie e depois de tomada pelos orcs, nunca foi recuperada. O conto ilustra bem uma visita a cidade por um humano e sua dificuldades. Sobre a história particular de Eando, essa parte não adiciona muito, ficando para ser desenvolvida durante Second Darkness.


Bestiary por Tito Leati e F. Wesley Schneider– Na sessão de encontros aleatórios, os encontros da região pantanosa de Mushfens são descritos, a tabela faz uso pesado de monstros de livros de outra editora third party (o Tome of Horrors da Necromancer Press) e ficou um pouco inútil para mim. Considerando as lendas do local contidas em números anteriores, creio que faltou mais coisas lovecraftianas como os Deep Ones. Todos os monstros novos são excelentes com ilustrações lindíssimas. Uma coletânea muito boa.

  • Akaruzug (CR 14): Um construto que funciona a base da energia vital de alguém acorrentado a ele, não é novidade, mas sua execução e habilidades estão muito bem feitas.
  • Belier Devil, Bdellavritra (CR 16): Um novo diabo de aparência horripilante e poderes assustadores. Excelente adição.
  • Contract Devil, Phistophilus (CR 10):  Favorito da edição, é raro uma criatura quase que voltada exclusivamente para interpretação. Não só a ilustração é uma das melhores até o momento, mas todo o seu conceito é perfeito para qualquer campanha que lide com diabos. Não sei como não existia algo assim antes. (Faltou só uma carteirinha da OAB descritaentre seus pertences).
  • Mobogo (CR 10): O sapão que faz os sapos atrozes da porta da casa do fosso no templo da maldade elemental parecerem pequenos girinos. Achei ele bem forte para CR 10 pois suas habilidades são muito boas contra grupos de aventureiros. Os dragões negros e a Juma Marruá tem um rival como o terror do pantanal.

Draconclusão: Uma verdadeira aula de como fazer tramas épicas e de nível alto, sem apelar para ameaças lendárias ou extra planares que podem destruir o mundo. Simplesmente um final emocionante para a campanha. Infelizmente precisa de um pouco de trabalho para adaptar para as necessidades de cada grupo, mas isso se deve mais a natureza urbana da campanha que permitia que vários caminhos diferentes levassem ao mesmo destino que alguma deficiência do autor. Os artigos suplementares também são de utilidade plena em qualquer campanha e somente o Contract Devil já justifica a compra da edição. Estou impressionado e aguardo cada vez mais.


Notas: Diversão: 9,0 Aproveitamento: 9,0 Arte: 9,0 Sistema: 9,0 Background: 10,0 Nota Final: 9,6

Editora: Paizo Publishing

Sistema: OGL 3.5E

Lançamento: Julho/2008

Descrição: 96 páginas capa mole

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